VOZES FEMININAS EM MEMÓRIAS DE MARTA

A CONDIÇÃO FEMININA NA OBRA ROMANESCA ALMEIDIANA

Resumo

As mulheres nunca estiveram ausentes da história, porém suas vozes foram silenciadas através de discursos antropocêntricos e universalizantes. Em consoante, as relações de poder e gênero geraram no pensamento humano o mito do sexo frágil que perpetuou - se ao longo dos tempos e corroborou para esse silenciamento das vozes femininas. A partir disso, este trabalho busca analisar a condição feminina na obra, Memórias de Marta (1899), de Júlia Lopes de Almeida. Assim, por meio de um
estudo literário destacamos neste artigo a condição de viúva representada pela mãe da protagonista, as dificuldades vivenciadas pelas mulheres das classes populares e o contexto de educadora apresentado pela protagonista do romance. Dessa maneira, enquanto estudo bibliográfico, foi realizada a leitura crítica de matérias que deram sustentação teórica ao trabalho de interpretação, em especial, os postulados teóricos de Beauvoir (1949), Duarte (2016), Saffioti (1976), Tedeschi (2012), Uekane (2010) Wollstonecraft (2020) entre outros. Conclui-se que Memórias de Marta (1899) contribui para a compreensão da história das mulheres na tela nacional ao vocalizá-las na sua obra romanesca tornando-se fulcral para a literatura ao apresentar uma voz narrativa feminina em primeira pessoa. Desse modo, a obra traz as vozes de mulheres à tona, numa época em que o silenciamento e apagamento destas na área da escrita era comum.