MEDICINA, SAÚDE PÚBLICA E PODER EM TEMPOS DE EPIDEMIAS (PORTUGAL – SÉCULOS XIV-XVI)

Medicine, Public Health and Power in Epidemic Times (Portugal – XIV-XVI Centuries)

Autores

  • Mario Jorge da Mota Bastos Universidade Federal Fluminense - UFF

DOI:

https://doi.org/10.18817/brathair.v20i2.2393

Palavras-chave:

Portugal Medieval, Epidemias, Medicina, Poder Real

Resumo

As sociedades pré-capitalistas – problema superado? – foram atingidas por diversos cataclismos e epidemias. Entre essas, a peste se manifestou em ciclos epidêmicos frequentes desde a eclosão da grande epidemia de Peste Negra de 1348 até pelo menos fins do século XVI, promovendo súbitas e sistemáticas elevações das já elevadas taxas de mortalidade, e provocando destruição, medo e caos social. Em Portugal, houve ao menos uma epidemia a cada década ao longo do período, que atingiram especialmente as cidades portuárias, com destaque para Lisboa. A doença era um fator de desestabilização e desordem social que suscitou da realeza, poder que se pretendia ordenador, a promoção do embate por meio de ações variadas. A atuação régia relativa às epidemias articulou-se com base em dois elementos essenciais, a produção de uma caracterização da doença e a definição de iniciativas, posturas e normas voltadas à sua superação, cujo descumprimento implicava em penas físicas e pecuniárias. Neste artigo, abordaremos a ascensão de um saber médico, erudito, vinculado à tradição da medicina da Antiguidade, e veiculado nas universidades que, investido pela realeza, tornou-se o principal instrumento do poder em sua intervenção social contra o flagelo.

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Publicado

2021-04-23

Edição

Seção

Dossiê 2020.2 - As doênças têm História/The diseases have History